quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Justiça no ensino (I)

Eu estou numa daquelas posições únicas, que me dá uma perspectiva ainda mais única deste assunto.
A avaliação é daquelas coisas cuja justiça devia ser, bem... Justa!
Mas no entanto as coisas são muito mais cinzentas do que pretas ou brancas.
Exigir que um aluno no espaço de 1 ano ou de um semestre faça uma certa cadeira, parece ser aceitável.
Mas... isso só é possível se certos parâmetros forem respeitados, por exemplo na fcul (em mestrado) tive uma cadeira com uma carga anormal de trabalhos, que ainda tinha aquela dose extra de exigir algumas coisas pesadas que não constavam do programa que me foi apresentado aquando da minha candidatura [fartei-me de bater na tecla no meu 1º blog...], e passados 3 anos sobre a cadeira continuo a não só bater na mesma tecla como a achar que esse tipo de professores devia ser proibido de exercer.
Um professor que não esteja no seu posto para ensinar devia ser simplesmente afastado e reciclado.

Uma advogada contactou-me e mostrou-me que eu poderia ganhar alguns trocados à custa da faculdade. Ora, isso até seria muito bem feito: O ensino, principalmente o da Matemática deve ser levado a sério e no meu caso essa brincadeira deu-me imensos prejuízos.
No entanto no meio científico isso parece-me ser dar um tiro no pé!
Cheguei a faltar uma semana por motivos de saúde e essa professora tratou-me literalmente como se eu tivesse tirado férias!!!
Como percebi o que se estava a passar, tentei aquilo a que eu chamo uma "manobra suicida": ou alguma coisa mudava ou eu trataria de por o peso da minha avaliação todo no exame. Não. Nada mudou.
Fui a exame e tirei 0.5 (a nota mais alta foi 1.5)
Passei com 10. Naturalmente eu tinha feito o possível por chumbar: encarreguei-me de tomar as opções necessárias para que a minha nota dependesse o máximo possível do exame que infelizmente vinha na linha do que já vinha dessa professora.

Na UMa (Licenciatura),no semestre a seguir a ter estado internado um mês inteiro, e ainda em recuperação (e portanto tinha de aparecer frequentemente no consultório do médico, e nessa altura a minha capacidade de trabalho era algo limitada).
Tive uma cadeira ... que devia ser um seminário, como de facto é em quase todo o lado, mas na prática deram-me uma cadeira na qual eu na altura não tinha qualquer interesse.
Não houve qualquer avaliação objectiva e todos tivemos notas entre o 10 e 12. A mim em particular calhou-me um "glorioso" 10.
Eu e outro colega protestámos. E o professor então propôs que fôssemos a oral.
O meu colega desistiu. Eu não tive medo da oral...
[Mais tarde quando dei aulas na UMa descobri que não havia nada no regulamento que permitisse tal situação, mas lá que aconteceu, garanto que aconteceu]

Na FCTUNL (mestrado)... descobri que um velho problema de saúde (o mesmo que levou a que eu ficasse internado muitos anos antes na UMa)... continuava presente, e ainda agravou-se.
A recuperação é uma coisa bem lenta como já senti mais do que uma vez na pele.
Infelizmente afecta processos neurológicos e com isso a minha capacidade de trabalhar.
Obviamente quem não sabe, continua a exigir de mim o que seria exigível numa fase normal, e se calhar até a rotular-me como "baldas".

Regressando à UMa... Tive alguns professores de Matemática (e depois colegas) que do ponto de vista matemático disseram graves barbaridades (desculpem-me lá, mas neste blog não me apetece mentir para ser politicamente correcto, dêem-se é por felizes por eu não dar nomes nem factos nem testemunhas...porque elas existem!), mas que são bem vistos por colegas, e mesmo alunos!!! [Ora bolas... entre ter má formação e não ter formação o que é que se escolhe?]
Note-se que eu disse ALGUNS, não disse todos. De facto há lá alguns excelentes professores.

Regressando à UMa, agora aos meus tempos como "Assistente Estagiágio", lembro-me de ter dado aulas práticas de Análise II e ter tido uma aluna que simplesmente não gostava de mim e que chegou a tentar envenenar as mentes de colegas e chegou a fazer queixas de mim (se se esforçasse mais a estudar, tirar dúvidas, porque nunca me recusei a isso se calhar passasse com melhor nota).
Assim que sairam as notas de uma das épocas... teve 10. Fui eu que corrigi o exame.
[Qualquer colega professor sabe perfeitamente que quando se tem mais de duas centenas de testes para corrigir, a última coisa para que se olha é para o nome...Aliás eu nem sabia nem sei o nome, mas algum colega da UMa deve saber]
Algum dos meu colegas descaiu-se e ela descobriu que fui eu que corrigi o teste dela.
Como ninguém contestou a minha correcção (parecendo que não, a minha formação é em Matemática:eu sei o significado da palavra rigor), ela decidiu fazer melhoria de nota mas não queria que fosse eu a corrigir.
Não fui eu, mas não que ela tivesse voz no assunto.
Na melhoria teve qualquer coisa à volta do 6 ou 7.
Eu acho que os factos falam por si.
Mas como a natureza humana é estúpida, anos mais tarde na UMa um colega (que não fez o trabalho de casa) encarregou-se de me atirar as queixas da aluna à cara.

Portanto... do meu ponto de vista, o ensino é apenas uma má telenovela. Péssima! A TVI tem algumas melhores. Até já ganharam um Emmy com uma delas.

Estou farto de "levar nas trombas" num sistema onde as palavras dos palhaços em vez de fazerem rir são levadas a sério.

[e já agora de ter tanto azar...]
Por o motivo ser quente, excepcionalmente neste post não permitirei comentários, mas aceito comentários por email.
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