segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Os nomes dos bois...

"Põe sempre os nomes aos bois
Nas histórias que contares.
Ou logo os burros depois
Se queixam de os retratares:
«Mas são as minhas orelhas!
Este azurrar é o meu!
Se estas são minhas guedelhas!
Ai este burro sou eu!
Nâo me nomeie ele embora,
Toda a Pátria vai agora
Saber-me por burro, hin-hã!
Ai que eu, hin-hã, hin-hã!»
- Quiseste a um burro poupar
Logo doze hão-de zurrar."

[Heinrich Heine, in Bom Conselho, trad. Jorge de Sena]

Heinrich Heine [n. 13 Dezembro 1797 - 1856]
Tomei conhecimento do texto deste co-aniversariante no blog

De Rerum Natura

Se por príncipio eu gosto sempre que os bois tenham nome, às vezes não devem ter, porque vivemos numa altura em que abrir a boca, mesmo com razão pode ser perigoso. Fala-se em liberdade de expressão, mas quando se diz a verdade, mesmo com provas podemos ter problemas.
Por outro lado, há textos que são escritos com o objectivo de entreter, fazer rir ou satirizar mas burros que lêm um texto, identificam-se com o conteúdo e depois lixam a vida a quem os escreve. Mas se o texto não identifica o burro... porquê a arrogância de pensar que é o burro e não outro boi qualquer? O conjunto dos bois é singular? Se sim, a pensar no número de vacas que há por este mundo, o boi seria feliz ! [Era muito azar para a espécie que ele fosse gay!]

Será que devemos mesmo por nomes nos bois? Compreendo o autor... mas neste momento, aos bois que querem reconhecimento sugiro que criem um grupo "bois anónimos" e lutem pelos seus direitos.
Se o grupo for singular, o único membro desse grupo que largue a internet e vá cobrir vacas... a menos que seja gay ou esteja-se nas tintas para a espécie!

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