terça-feira, 6 de outubro de 2015

Democracia à portuguesa (I)

Eu cada vez mais acho que muitos portugueses não sabem o que é democracia. E não digo isto pelos resultados. Digo isto pelos comentários que li e ouvi.
Um dos meus preferidos foi "Mas o Pedro Passos Coelho é do PSD?", ou pelo discurso do "voto inútil" por parte de gente de alguma forma associada ao PS ou ao PSD/CDS.
Portanto, fico contente por o BE ter eleito um deputado pela Madeira, demonstrando que na verdade, alguns dos votos noutros partidos não foram assim tão inúteis...
Atenção, isto poderia ter acontecido com qualquer um dos outros partidos!
Moral da história: Não vão em conversas! Mesmo sendo o método de Hondt o responsável pela distribuição de deputados, não há votos inúteis.
Em democracia, também há que saber perder. Insultar quem "votou nos mesmos", ou quem não votou no partido X ou Y, não é saber viver em democracia. Não é nada democrático! Insultar quem se recusou a votar, também não!
Antes que alguém se lembre de perguntar, sim, eu votei. Só vou manter o meu voto secreto.
Não tenho cor política, voto em quem me parece que tem melhores hipóteses de defender os meus interesses, e ao mesmo tempo os do país.
Note-se que se PSD e CDS tivessem concorrido em separado em todo o país, muito provavelmente teriam perdido as eleições.
A coligação foi uma boa opção, e fazia todo o sentido visto que ambos os partidos têm estado juntos.
Achei imensa piada aos comentários no fim do dia, onde os partidos que perderam se recusavam a dar qualquer apoio aos vencedores.
Infelizmente isto diz muito sobre a nossa classe política: Querem é "chegar ao poleiro". Não ganharam, recusam-se a entrar em acordos com quem ganhou.
Isto não é espírito democrático, e pelo menos eu, não tenho qualquer vontade de voltar a eleições legislativas nos próximos tempos.
Cabe ao presidente da república decidir o que fazer para termos um governo estável, mas não "ditador" nos próximos 4 anos.
(E já agora, que tal livrar-nos do Acordo Ortográfico?)

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