Mas o grande problema é: o que é que se pode/deve deixar a um aluno do ensino secundário que pode levar uma calculadora para os testes ou mesmo para o exame?
Eu não gosto que as CASIO fx-9860GII, fx-CG10, CG 20 apresentem os valores exactos das razões trigonométricas de 30º, 45º e 60º pois é suposto um aluno de Matemática A de 11º sabê-las (e já agora explicar o porquê daqueles valores...).
Mas, com um mínimo de inteligência, qualquer aluno com uma calculadora científica consegue saber os valores exactos sem recorrer a cábulas.
Portanto, não gosto, mas consigo aceitar.
Já agora, continuando no 11º ano, eu escrevi um programa para calculadoras Texas e Casio que faz as reduções ao 1º quadrante, até desenhando os círculos...
Não passo o programa para os alunos (nem devem encontrá-lo no meu blog), mas não tenho problemas em escrever uma aplicação que corra no blog que faça o mesmo. Isto porque é suposto os alunos saberem fazer, e durante um teste, a menos que algo muito anormal se passe, não têm acesso ao blog....
Tendo um software que faça as reduções, o software serve de apoio ao estudo..
Tendo o software na calculadora num teste, o software substitui a capacidade de raciocínio do aluno.
Estando nós na época da Internet.. nada me garante que outros não o façam e coloquem online para depois os alunos instalarem nas suas calculadoras e terem o exercício resolvido pela calculadora.
Está bem, é algo simples... e a maioria dos alunos sabe fazê-lo.
Será? Muitos dos alunos de 11º que me pedem explicações têm inicialmente sérias dificuldades em ir ao círculo trigonométrico... e mesmo alguns de 12º não sabem!
A fórmula resolvente é dada no 9º ano.
E por algum motivo que nunca percebi, a fórmula também aparece nos formulários dos exames desse mesmo 9º ano. Não é suposto os alunos saberem a fórmula?
E no ano seguinte 10º passam a ter uma calculadora que faz sozinha, fazendo com que um aluno consiga chegar ao 12º sem saber a fórmula resolvente (e atenção que eu já vi isso acontecer...)!
[Então e o estudo da função quadrática?].
Há muitos mais exemplos...
Não vejo com bons olhos a obrigatoriedade do uso de calculadora gráfica (programável) no ensino secundário. Uma calculadora que para a maioria das famílias está bem longe de ser barata!
(Note-.se que nem todos os alunos andam com telemóveis de 300-500€...)
Certos conhecimentos simples devem ser adquiridos e não ficar dependentes de tecnologia. A excessiva dependência de tecnologia em Matemática no ensino secundário não é necessária!