sábado, 27 de julho de 2019
A regra de Chain (III): Criando vigaristas
Numa instituição de ensino superior é suposto cada professor ser especialista da área que lecciona, certo?
Falso.
O episódio "A regra de Chain" foi apenas o n-ésimo que me mostrou que isso não é assim.
Vi imensos, e ano após ano continuo a vê-los. Até piores!
Desde o transmitir conhecimentos errados com o arrogante ar "eu é que sei" (o 'inexistente ponto fixo do cosseno', ' não existe uma bijecção entre o conjunto dos reais e dos complexos', conjuntos que são equipotentes...), a afirmações que prefiro não repetir, mas que constam deste blog. (Não há penalização para a incompetência?)
Um professor a usar designações e notações erradas, mostra que não é pessoa da área, e que não fez o trabalho de casa como devia ser!
Não se corrigir nesse tipo de erros é bastante grave, não emitir sequer um pedido de desculpas só comprova o pior cenário: é um vigarista!
Perceber que a resolução de um exercício feita por um professor é a pior possível, mostra também que o professor nem se deu ao trabalho de pensar naquilo antes...
Por vezes os alunos trazem-me questões que dependem de outras, ou de dados que constam do enunciado mas sem me trazer o enunciado (ver este post do meu outro blog).
Neste momento a minha filosofia é: ou trazem-me o enunciado completo, ou não quero saber!
Trazendo enunciados completos, a montanha pariu um rato! Há enunciados com erros! Que alegadamente não são corrigidos!
Em explicações tenho também a filosofia "quem está a dar as notas é que manda"...
Mas as pessoas têm o direito a saber que estão a ser vigarizadas!
Por vezes digo mesmo "fazes assim para fazer a cadeira, porque é isto que tens na sebenta/apontamentos/email-resposta, mas a forma correcta, se trabalhares fora da cadeira, é esta..."
E mostro porque é aquilo está mal e mostro, de algumas fontes de confiança, a forma correcta...
"Ensinar errado" é criminoso. Há quem o faça há mais de 20 anos... ninguém é perfeito, mas há pessoas que abusam na "imperfeição".
Nos meus tempos de docente no ensino superior eu 'recusei' por algumas vezes algumas cadeiras, porque não sou vigarista, ou não me apetecia trabalhar com vigaristas.
Até ao dia em que ouvi a infeliz frase
"O Carlos Paulo só serve para dar aulas de word,excel, powerpoint".
( mesmo assim, ... sabem o que é ter de avaliar 50 alunos tendo apenas 5 computadores funcionais? ).
Não sou funcionário Microsoft. Até sou contra que se ensine a usar software proprietário porque significa estar a criar clientes para uma companhia!
Foi a gota de água.
Nesse dia, deixei de usar Windows, e decidi abandonar definitivamente aquele sítio.
Não saber dizer "não" é um belo 1º passo na criação de vigaristas.
Não fazer correctamente o trabalho de casa, um segundo...
Impor uma cadeira a um docente... é prepotência, e mais não digo.
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