sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Fantasmas que não morreram

"Adeus. Até um dia... Dá notícias."
Digo a pessoas com quem trabalhei e contactei durante anos.
Mas as notícias nunca chegam. As pessoas "esquecem-nos".
Mensagem recebida: não sou alguém com quem valha a pena manter o contacto.
Só me procura quem precisa e depois descartam-me.

Hoje em dia existem telemóveis, Internet, e-mail, redes sociais...
Não preciso estar doente em casa para ter noção do quanto descartável eu sou.
As pessoas que faleceram, têm uma boa desculpa.
Mas as outras, estão vivas.
Bem... Eu não tenho o hábito de ficar onde não me querem.
Se as pessoas não me querem nas suas vidas, eu fico em casa a jogar PlayStation. Uma PlayStation sem ligação à Internet...
Jogando com personagens virtuais, pessoas que não são reais.

Façam lá os seus juízos... Julguem factos que ninguém pediu para julgar, com dados que na verdade não têm, e vão embora.

Não, não é "a vida". É saber que na verdade, eu sou ninguém.

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