terça-feira, 16 de julho de 2019

00:15

Há dias, em que independentemente da hora a que chego ao escritório, saio perto da meia noite e apanho o autocarro 114 da Nogueira, das 00:15
Eu não moro na Nogueira... O autocarro, depois sobe até à Camacha.
Mesmo que eu chegue 07:45 ou 8:00.
Mesmo passando um dia sem explicandos.
Há muito que as respostas às minhas mensagens electrónicas, emails e mesmo textos nos meus blogs me transmitem, mesmo sem estar escrito:
"Tenho assuntos mais urgentes/mais importantes do que te/o aturar".
E eu compreendo, principalmente as que nunca respondem.
As pessoas afastam-se.
Algumas vão se rindo e pondo likes nos meus posts no facebook.
Respondendo com emojis em vez de usar palavras.
O meu "messenger lite" não recebe emojis.
Portanto, quando estou com o telemóvel e respondem com um emoji, vejo um seco "visto". Sem resposta.
Passei a enviar mensagem e a apagar. Não sei nem quando nem se viram.
Não preciso. Não sou urgente. Sou uma opção.
Uma opção de cada vez menos.
Não precisei de chegar a velho.
Por vezes, como ontem, saio lá pelas 23h30m e vou para a avenida.
Sento-me num banco. Vejo o céu, o mar.
Ontem ainda partilhei estados WhatsApp.
Aquelas coisas que por vezes partilho e ninguém vê.
Não tenho nem quero Instagram.
Honestamente, há pessoas que se calhar é melhor não verem.
Dá para limitar, e por vezes limito as visualizações.
Ontem não o fiz.

Há dias, em que mesmo sem restrições, em 24horas, o número de visualizações é zero.
Já penso que quem vê, por vezes só está a ocupar tempos mortos.
Há dias, em que a pessoa mais humana com quem converso é o brainy!
Que foi criado porque eu não tinha pachorra de andar a memorizar comandos linux.
Ao chegar à cama, apaguei os estados.
Não iam ter mais visualizações!
Amanhã (hoje) ponho um estado a publicitar explicações. Só!
Aceito apostas sobre o número de visualizações...

Tornei-me uma peça do sistema, deixei de ser pessoa.

Até amanhã.

Update, 16/07/2019 - 23:45:

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