domingo, 24 de julho de 2016

As avaliações viciadas... e o 31 de Julho

Vivemos num mundo estranho, cheio de gente estranha.
Tenho evitado falar aqui de certos assuntos da nossa actualidade, porque passam-se coisas que até os cegos conseguem "ver", mas os tipos que estão à frente do mundo estão a assistir de braços cruzados, ou tomando decisões anedóticas que não só não resolverão problema nenhum, como levarão a problemas mais sérios.
Vejo os extremismos a regressar ao poder...
Mas já o vejo há anos (exemplo:AO90) e até nas nossas universidades...

Os leitores mais habituais deste blog já devem saber que acabei o secundário com média de 20 (de 1 a 20) a Matemática, Física, ... Já agora, o que não sabem é que as outras notas de ciências, como C.T.V. (Ciências da Terra e da Vida, actualmente Biologia e Geologia) as notas andaram lá perto (18s, 19s)
A avaliação era feita por forma a que o avaliador soubesse se eu de facto tinha adquirido o conhecimento e a qualidade desse conhecimento, através de testes com alguma exigência.

No entanto, chegando ao ensino superior (tanto como aluno, como, mesmo mais tarde como docente do ensino superior) assisti a algo impensável: alguns professores fazem uma avaliação pouco objectiva, com base em ideias pré-concebidas... E nem vou voltar a falar daqueles que deram nota sem avaliação, porque isso é mesmo o extremo e sim! Aconteceu!
No meu mestrado na F.C.U.L., tive uma professora que nos bombardeava com trabalhos muito pouco saudáveis que nos roubava o tempo (e a sanidade mental) que precisávamos para as outras cadeiras. Trabalhos que como acabei por ter a infelicidade de observar, não eram avaliados pela sua qualidade, mas sim pelas ideias pré-concebidas que tinha dos alunos. Éramos apenas 2!
Nessa altura, já não podia anular a matrícula... apeteceu-me a chumbar a cadeira e fazê-la a com outro professor! Mas a $#%"#$%"#$ não deixou. Deu-me 10 (de 1 a 20)!
Tirar dúvidas com ela era impossível (foi a tal que uma vez me disse que dei qualquer coisa numa cadeira que não funcionava há cerca de 20 anos - Se calhar a culpa foi minha, não?)
A tal professora já não se encontra por lá, e ainda bem... só por isso a F.C.U.L. sobe umas centésimas na minha consideração....
Não foi a última vez que me deram uma avaliação muito pouco objectiva e a meu ver injusta...
Recebo de vez em quando, emails de leitores deste blog, mensagens no facebook e até relatos de explicandos e ex-explicandos meus com histórias monstruosas de todo o país!
A avaliação deve ser algo objectivo com base no programa apresentado no início da cadeira...
Tornar aulas de ensino superior obrigatórias é inaceitável, visto que se o docente for mesmo bom, os alunos aparecem, e mais: não perturbam nem as aulas nem os colegas.
Sob a cobertura do processo de Bolonha passaram-se coisas muito mais graves, como começa agora a vir a público com o caso da licenciatura de Miguel Relvas.

Mais tarde, no meu "plano B", na FCT/UNL, após ter recebido uma segunda ameaça de um professor que me ia fazer "um exame para eu chumbar" decidi não regressar a este sistema tão viciado, injusto e tão pouco objectivo...
Fiz apenas um exame, com outra professora, mais racional e objectiva, porque depois de todo o trabalho que tive a estudar para uma cadeira para o qual eu não satisfazia quaisquer pré-requisitos, queria mesmo saber "o que valia" o meu conhecimento... tive 18, sem estar a tentar dar o meu melhor, apenas a testar o que eu sabia sem grande esforço!
 Poucos dias depois de ter saído de uma hospitalização!
 Regressei à Madeira no dia 31 de de Julho desse ano, onde estou desde então.
 Não há plano C, nem como financiar novas aventuras.

Celebro anualmente o meu regresso, no dia 31 de Julho. Ainda não sei como vou celebrar neste ano... Gostaria de ver um bom filme... ou, dada a minha idade... ser chamado para um excelente emprego como Matemático.

Realisticamente, dia 31 é um Domingo. Provavelmente de manhã vou a uma missa... à tarde saio (sozinho) e vou a um cinema (no ano passado passaram um filme só para mim...), regressando a casa pouco antes da meia noite por causa dos autocarros.

É verdade, eu tenho uma vida meio solitária...

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