"Põe sempre os nomes aos bois
Nas histórias que contares.
Ou logo os burros depois
Se queixam de os retratares:
«Mas são as minhas orelhas!
Este azurrar é o meu!
Se estas são minhas guedelhas!
Ai este burro sou eu!
Nâo me nomeie ele embora,
Toda a Pátria vai agora
Saber-me por burro, hin-hã!
Ai que eu, hin-hã, hin-hã!»
- Quiseste a um burro poupar
Logo doze hão-de zurrar."
[Heinrich Heine, in Bom Conselho, trad. Jorge de Sena]
Heinrich Heine [n. 13 Dezembro 1797 - 1856]
Tomei conhecimento do texto deste co-aniversariante no blog
De Rerum Natura
Se por príncipio eu gosto sempre que os bois tenham nome, às vezes não devem ter, porque vivemos numa altura em que abrir a boca, mesmo com razão pode ser perigoso. Fala-se em liberdade de expressão, mas quando se diz a verdade, mesmo com provas podemos ter problemas.
Por outro lado, há textos que são escritos com o objectivo de entreter, fazer rir ou satirizar
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