Um pré-requisito para trabalhar em ciência é ter uma mente aberta.
Na verdade, isto não é bem assim. Devia ser, mas não é.
Ter conhecido quem considere "errada" uma definição que não era a que conhecia* não foi situação única.
Tendo passado pela Universidade da Madeira, pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, cheguei a ter problemas por não ter as mesmas notações, e as mesmas definições que um ou outro professor.
Uma vez que nenhum de nós tinha "mapa de notações" ou comparou definições, tais problemas eram de esperar...
Saindo um pouco do contexto, na Nova, um que merece a classificação de idiota, deu-me uma descasca por eu desconhecer o "Clip", sistema informático onde deixava a documentação... bem, sendo eu novo naquela universidade, não tendo colegas e se ninguém me apresentou o sistema como podia eu conhecer o sistema? Levei uma descasca por não ter consultado aquilo.
Nesse caso particular percebi que "dar descascas" era uma mania desse idiota- eh! Eu disse que merecia a classificação, e sendo o blog meu, não me chateiem por chamar os bois pelos nomes que merecem.
Mesmo actualmente, e sem grande gravidade, para um aluno que sai do ensino secundário, o conjunto dos naturais, começa em 1. Para um aluno do ensino superior... depende do professor que dá cada cadeira. Pode começar em zero.
Dando explicações, já tive alunos de vários pontos do país.
Em várias disciplinas, com professores diferentes, há notações diferentes, definições diferentes e não equivalentes. E isto em Matemática.
Sob certas definições... conclusões tiradas com outras não equivalentes, deixam de ser válidas.
Já assisti a palestras onde os oradores fizeram questão de apontar erros de livros, artigos...
Apontar erros é algo que aprendi a fazer com cuidado. Resultados contraditórios nas mesmas condições são indício de um erro. Mas têm um pré-requisito: "mesmas condições"... (também percebi que nem toda a gente tem cuidado ao fazer referências bibliográficas)
Os novos programas virem mudar a definição de limite no ensino secundário apanharam-me de surpresa. Estava habituado a um ensino pré-universitário diferente ... onde havendo alterações, na verdade, entravam conceitos, saiam outros, mas mas definições quanto muito eram substituídas por outras equivalentes.
Tendo passado os olhos por alto nos novos programas, só depois de algumas conversas é que percebi que de facto... havia ali uma mudança que na verdade já tinha visto muitos, mas mesmo muitos anos antes...
Eu usei o livro do professor Campos Ferreira na minha licenciatura... na altura, ainda com capa amarela!
(E pronto, lá tive de pegar 'a sério' nos novos programas do ensino secundário)
Existem sítios onde no mesmo semestre os alunos são confrontados com professores com definições e notações diferentes. Bem... para evitar um efeito "torre de Babel" eu preferia que na mesma instituição, em Matemática, se mantivessem notações e definições, ou, não sendo possível, toda a gente, no mínimo, tivesse o bom senso de fornecer aos alunos mapas de notações e alguns (de preferência poucos mas suficientes) anexos com as definições pressupostas.
Só que, espero que compreendam, não sou eu que me vou opor a estas "micro-divergências"...
Ajudam a distinguir idiotas de pessoas sérias.
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