sexta-feira, 19 de agosto de 2016

A necessidade de desistir


Esta cultura do "nunca desistir" está na raiz de muitos extremismos actuais.
Há que saber quando se deve fechar uma porta e procurar outra.
Se nos sentarmos a fazer zapping pelos canais de notícias, percebemos que muita coisa está mal neste planeta.
Quando vejo aqueles "tipos malucos" que entram de pistola e começam a matar em escolas ou universidades norte-americanas, eu não duvido que muitas vezes não haja pelo menos uma pessoa que tenha tido "o que merecia".
As outras são "danos colaterais".
Não seria melhor para todos que esses "tipos malucos" tivessem desistido? Ou que hovesse algum racionalismo na situação que despoletou tudo aquilo?
No caso das Universidades há ali pessoas que nunca viveram "no mundo real". Que estão no mundo académico desde que eram alunos e passaram a professores. Não têm grande noção da vida dos alunos que têm, e complicam-lhes desnecessariamente as vidas. Isso acontece em todo o planeta!
Não me venham dizer que o professor tem sempre razão. O professor é um ser humano como todos os outros, e portanto, alguém que comete erros! Eu fui obrigado a desistir de um 2º mestrado exactamente por perceber que erros que não eram meus iriam me obrigar a perder no mńimo mais dois anos!
Quando se tem um professor que "não joga com o baralho todo" em regime tutorial,ou como passei a chamar desde essa altura, regime "torturial", não importa se somos bons ou não, nem a (ir)racionalidade da avaliação, que pode muito facilmente ser sabotada...
Lembra-me aquela anedota sobre um professor de História que levou três alunos a prova oral mas não queria que o terceiro passasse.
Ao primeiro pergunta em que ano terminou a segunda guerra mundial.
O aluno responde 1945 e passa a cadeira.
Ao segundo pede um número aproximado dos judeus que morreram nessa guerra 
O aluno responde seis milhões e passa a cadeira.
Ao terceiro, o professor pede os nomes desses judeus.
O aluno olha para o professor e pergunta "Tenho de dar os nomes dos seis milhões?"
O professor responde, "Não! De aproximadamente seis milhões! E não me responda com perguntas."
O aluno desiste...

Estas situações não são mito... Tive quem me dissesse duas vezes na cara e desse a entender uma vez por email que só me faria um exame para eu chumbar.

Se o sistema permitiu e permite que estes "profissionais" continuem no activo, eu recuso-me a gastar o meu tempo, saúde e dinheiro. Nestes casos, mais vale desistir, e dar a conhecer a situação.
Por isso é que não me calo sobre o assunto aqui no blog.
Peço desculpa se sou chato, mas aqui será sempre assunto!
Tenho 38 anos. Não vou voltar a perder tempo com mesquinhices académicas. Não preciso de títulos para provar que sei Matemática. Não preciso de cursos para aprender... Passo imenso tempo agarrado a livros, cálculos e a fazer simulações (no fundo, por esses novos conhecimentos à prova).

"Desistir nunca"? tenham juizo. Vejam o que será sacrificado, e avaliem se vale mesmo a pena...
Desistir não é crime. É sinal que se percebeu que há outros rumos que podem ser tomados, mesmo que não os vejamos no momento.
No meu caso em particular, os anos mostraram-me que desistir do mestrado na fctunl foi uma boa decisão. Estava a ser vítima de sabotagem, e não me refiro apenas à minha saúde.

Há muitos tipos malucos sobre este planeta. Muitos não são inofensivos... Assim sendo, não se justifica que os desistentes sejam tratados como a ralé da sociedade...
Recordo que alguns homens de sucesso actuais desistiram, por exemplo de cursos superiores...

E já agora, não está nos meus planos desistir de me opor ao maldito Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (E se a CPLP volta a propor algo do género, Portugal não comete crime nenhum em abandonar essa CP"LP").

Poderia continuar a falar sobre o assunto... mas por hoje não me apetece. Vou apanhar pokémons.

Até à próxima.

Sem comentários:

Este blog recusa-se a utilizar o Acordo Ortográfico de 1990