Ou, se preferirem, "Este país continua a ser uma anedota"
Já tivemos um primeiro ministro pseudo-engenheiro.
Na semana passada tivemos um ministro pseudo-licenciado a demitir-se.
(Se ainda não viram, vejam o vídeo da Rádio Comercial sobre o assunto)
No passado fim de semana veio-se a saber que o Tribunal constitucional chumbou algumas normas do orçamento de estado para 2013.
Consequência imediata: O primeiro ministro no fim da tarde de Domingo fez uma comunicação ao país, que mais parecia um puto a chorar por ter levado um castigo devido a mau comportamento.
Na noite desse Domingo o pseudo-engenheiro que esteve emigrado pouco menos de dois anos estreou-se a comentar na RTP, e pelo que li (eu recuso-me a ver campanha política esse pseudo-comentador) fiz muito bem em não perder o meu tempo.
No dia seguinte, o secretário geral do PS anuncia "uma declaração ao país" para o fim da tarde, onde faz uma coisa do tipo: "Eu não disse? Eu não disse?".
Do sempre suspeito, outro lado do oceano, o prémio Nobel da Economia de 2008, "defende que a ‘troika’ é sádica e opta por um caminho errado. O economista e prémio Nobel afirma que foi dada autorização à ‘troika’ para continuar a provocar dor." (fonte: RTP).
Eu pergunto-me se esse sadismo é só da troika, visto que quem impôs medidas que até foram chumbadas pelo tribunal constitucional foi o Governo.
Lendo os comentários às notícias que vão chegando, até vejo pessoas, supostamente portuguesas, a condenar o TC, a elogiar o pseudo-comentador, a elogiar o governo, actual, o anterior, a insultar toda a classe política, enfim, há para todos os gostos (e cada patacoada no português que até dói!)
Esta "liberdade de expressão" é uma coisa estranha. Quem não faz a mínima ideia do que diz tem o direito a falar, e se tiver carisma, a atrair seguidores. O que me preocupa é que há muita gente que não faz a ideia do que diz!
Nem é preciso .ir muito longe. Nas campanhas eleitorais, temos tido imensos políticos que dizem uma coisa, mas chegados ao poder fazem outra, por vezes completamente oposta.
Das duas uma: ou são mentirosos, ou durante a campanha não fazem a mínima ideia do que estão a dizer!
No caso de alguns, como o pseudo-engenheiro pseudo-comentador (e até apetece a dizer pseudo-licenciado), é preocupante porque parece que o tipo acredita mesmo em muitos dos disparates que diz, apresenta dados sem citar fontes, ou faz uma interpretação muito alucinada desses dados.
No caso do português típico que faz comentários inflamados nas redes sociais, nos sites da comunicação social, ou mesmo no café, rege-se muito pelo boato e, sinceramente... pode ter o direito à sua opinião, mas preferia que a desse noutro sítio qualquer, como por exemplo eu que o faço num blog que ninguém lê!
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