Ser explicador, é ... ser descartável.
Há uns bons anos, numa conversa num almoço, ainda era eu assistente estagiário, foi mesmo comparado a prostituição.
De facto, as pessoas usam-nos, pagam-nos e vão embora, satisfeitas, ou não...
Dependendo se correu bem ou não, até são capazes de fingir que não nos conhecem, nem nos cumprimentarem.
Como trabalho a recibos verdes, ao que parece até tenho o mesmo regime fiscal que prostituição.
Se é má ideia uma prostituta afeiçoar-se aos clientes, será boa ideia um explicador afeiçoar-se aos seus explicandos?
Eu sou descartável...
E sendo eu descartável, não será preferível escolher a dedo quem tem o direito a descartar-me?
Na verdade, sempre tive noção destas coisas, e até acreditei que ia me habituar.
E habituei-me...
Só agora é que percebi que isso não é nada bom.
Tendo noção disso... e não tendo planos alternativos, passo horas sentado à frente deste ecrã a escrever todo e qualquer disparate que me passe pela cabeça.
Com sorte, sai alguma coisa que me inspire... e me anime.
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